Quando me pediram para falar sobre a influência da EEFUSP Júnior no meu desenvolvimento precisei refletir, fazer um brainstorm, para assim decidir como eu poderia colocar com a maior riqueza de detalhes em um texto.

Foram muitas vivências, muitos aprendizados, erros, acertos, momentos de alegria, de tristeza, conexões e pessoas incríveis que passaram pela minha vida. Bom, acho melhor começar do início para deixar nítido o impacto que a empresa júnior (EJ) causou na minha vida.

Eu entrei na EEFE em 2017, com um enorme desejo de trabalhar com gestão e marketing esportivo, mais especificamente com futebol. Sempre fui apaixonado pelo esporte e fico indignado com os erros cometidos pelos principais cartolas que acabam afetando o resultado dos times no campo. Eu entrei no curso com um desejo de mudar isso. No entanto, enquanto eu tinha um sonho muito claro, eu não sabia muito bem por onde começar, o que eu deveria fazer e como fazer; não era uma pessoa muito centrada, era muito introspectivo, não sabia falar em público e não era disciplinado. Eu até brinco que nas primeiras disciplinas da graduação eu era aquele típico aluno que não se preocupava em chegar atrasado e que se importava apenas com o resultado do fim do semestre, independentemente da forma como eu agia ao longo do tempo.

Foi aí que em 2018, passando pelos corredores da EEFE, conversei, sem pretensão alguma, com um colaborador da entidade; para entender como ela funcionava, quais eram as principais atividades e como ela poderia contribuir para a minha vida. Após essa conversa e motivado por outro amigo meu que despertou interesse pela empresa júnior, me inscrevi para o Processo Seletivo (PS) do primeiro semestre para buscar novos rumos e conhecer mais sobre as oportunidades que a área poderia oferecer.

Após passar pelo processo seletivo e pela etapa trainee, eu pude escolher por uma das áreas da EJ para atuar como assessor. Eram elas: a diretoria de Projetos, a de Marketing, a de Recursos Humanos e a de Jurídico-Financeiro. Apesar de a minha paixão pelo marketing ser maior, eu optei pela última, com a justificativa de que eu queria explorar uma área que até então eu não conhecia tanto. Assim, me tornei assessor de Jurídico-Financeiro.

No primeiro ano, comecei a ver que a empresa não estava restrita às atividades em si que eram desenvolvidas internamente. Percebi que eu teria um universo enorme de possibilidades, pois a empresa estava inserida dentro do Movimento Empresa Júnior (MEJ) junto de outras milhares EJs, de diversos cursos diferentes. Notei, portanto, que eu poderia absorver conhecimentos de outras áreas além das áreas da EEFE e conhecer milhões de pessoas que tinham vontade de aprender, assim como eu. Participei de eventos e vi o quanto as pessoas que também faziam parte de tudo aquilo eram receptivas, abertas para conversar e para aprender com o outro. Naquele momento, em que eu fui no meu primeiro evento, eu senti que havia feito a escolha certa de entrar na EJ. Eu senti que aquilo iria me tirar da zona de conforto e me fazer buscar o meu grande sonho.

Como assessor, eu sabia que independentemente de qualquer diretoria que eu escolhesse, eu teria que contribuir com as atividades-chave daquela área, pois uma empresa é constituída por área que devem atuar em conjunto para que seus colaboradores sejam recompensados; e no caso de uma empresa júnior, a recompensa seria o aprendizado e em experiências. Naquela diretoria eu desenvolvi atividades relacionadas à questões burocráticas, gestão de contratos, planejamento financeiro, balanço patrimonial, entre outras. No entanto, na EEFUSP eu tive a oportunidade de colaborar em outras atividades das outras áreas. O meu desejo sedento por conhecimento e por mudanças me estimularam a se candidatar para o cargo de diretor no final do ano de 2018. Me candidatei e fui eleito Diretor de Jurídico-Financeiro de 2019.

Assim que me candidatei, eu sabia que o cargo de diretor iria demandar que eu tivesse habilidades em gestão de equipe, isto é, eu precisava lidar com pessoas, algo que o Luiz que entrou na EEFE em 2017 não sequer arriscava, tamanha era a timidez e dificuldade de lidar com pessoas. Na hora eu pensei: “vou ter muita dificuldade”. Mas, eu estava lá para isso; para me desenvolver, para sair da zona de conforto e me tornar uma pessoa melhor. Como diretor, além das atividades que já eram comuns à diretoria, tive que delegar, cobrar e garantir um bom clima dentro da equipe do Jurídico-Financeiro. A responsabilidade era grande; eu representava uma diretoria perante toda uma empresa; as pessoas confiaram seus votos em mim para liderar a equipe, e todos da diretoria acreditavam que eu era a pessoa com maior capacidade naquela área dentro da empresa.

Ao longo do ano, como diretor, tive grandes dificuldades, passei por conflitos dentro da EJ, tive grandes dificuldades com gestão de equipes, mas, assim como para qualquer coisa na vida, eu aprendi que você só está preparado para aquilo que você realizou, quando finaliza. No entanto, a Diretoria Executiva da EJ, a qual eu fazia parte, era formada por amigos e eu sabia que eu podia contar para eles para qualquer coisa. E foi assim que, em meio a diversas situações adversas e outras atividades, consegui me tornar uma pessoa com uma dicção melhor, uma maior proatividade, organização, gestão de equipes, empatia e inteligência emocional. Naquele mesmo ano, a EEFUSP, pela primeira vez na história, bateu todas as metas estipuladas pela Brasil Júnior. Foi histórico. Um feito nunca realizado antes. Havíamos conseguido o maior faturamento da história. Além disso, a minha paixão pelo movimento e pelo projeto de empresa que estávamos construindo era algo que me movia. Mas, nem tudo eram flores.

No final do ano, os meus companheiros de diretoria, despediram-se da empresa e eu não via mais nenhuma possibilidade de continuar o projeto, senão me candidatar à Presidência. Eu queria contribuir com a empresa com tudo que eu havia aprendido e atuar no cargo de maior responsabilidade para aprender ainda mais. Naquele ano de 2019, eu havia passado por problemas com membros da empresa e minha credibilidade não era tão alta. Mesmo assim, me candidatei com a chance de não ser eleito. Mas, após o processo, fui eleito com 1 voto de diferença em relação ao outro candidato e assim fui eleito Presidente para o ano de 2020.

No ano de 2020, eu prometi que seria o meu último ano de EJ e que queria finalizar da melhor forma possível. Comecei o ano perdido. Não sabia como conduzir a empresa, assim como o meu antecessor o fez, uma pessoa que sempre foi referência para mim. Realizamos alguns projetos e estávamos começando a colocar a casa em ordem. Eis que a pandemia do novo coronavírus começou. Uma pandemia que nos tirou aquilo que era a essência da nossa vida e da nossa empresa: o coletivo. Se antes estava perdido, eu fiquei ainda mais com o início desse novo contexto. Mas, apesar de contar com o tão famoso EAD, eu tinha pessoas comigo; ou melhor, uma família de pessoas que queria mudar e fazer história. Uma unidade. Um time forte.

Além de presidente, atuei como representante da empresa júnior perante o movimento, isto é, tinha contato diário com diversas outras EJs, de outros cursos e passei a entender um pouco sobre as oportunidades e atividades que outras áreas têm. Eu estava extremamente empolgado com toda aquela conexão promovida pelo movimento e troca de conhecimentos. Foi através desse contato e com metodologias e ferramentas de outras áreas que iniciei um processo de revolução dentro da empresa junto de todos os outros colaboradores. Aprendi a lidar com vendas, desenvolvimento de projetos, gestão de pessoas, cultura organizacional. Nossa, eu literalmente passei a entender tudo que uma empresa pode realizar. Eu me sentia muito mais preparado para atuar na área que eu desejava atuar.

Depois de um primeiro semestre de grandes transformações, a EEFUSP passou a colher os frutos de todo um trabalho em conjunto no meio do ano. Daí para frente, o faturamento da empresa passou a ser constante. Não paramos mais de vender e consequentemente de fazer projetos dentro das áreas da Educação Física e Esporte. Toda semana, a discussão dentro da empresa era sobre como seria a aula de ginástica laboral para outra empresa júnior, como seria o treino para uma atlética, como seriam as postagens e a gestão das redes sociais de um personal trainer. Estávamos executando serviços, algo que nunca havíamos feito anteriormente. Além disso, como representante, eu tinha o papel de fazer o relacionamento externo da empresa e um grande sonho que eu tinha era de aproximar a EEFUSP do mercado de trabalho. Assim, entrei em contato com empresas para firmar parcerias e, depois de grande esforço, todos os membros da empresa passaram a ter capacitações com grandes empresas do mercado, acesso à uma plataforma de vagas dentro da Educação Física e Esporte. Eu havia cumprido a minha promessa de fazer história e de aprender. E, para fechar com chave de ouro o ano, a EEFUSP atingiu pelo segundo ano consecutivo todas as metas estipuladas pela Brasil Júnior, superando o que então era o maior faturamento da história (o de 2019).

No final de 2020, percebi que aquele menino, que olhava para algumas pessoas com os olhos brilhando, com inveja da habilidade de lidar com pessoas e com conhecimentos incríveis que alguns tinham, havia se tornado essa pessoa. Eu lembro como se fosse hoje. A última reunião da empresa foi muito difícil para mim. Eu, terminei o ano realizado, com pessoas incríveis ao meu lado, com um legado deixado na empresa, empregado (o que teve grande influência de todo o meu desenvolvimento) e, acima de tudo, feliz. A missão estava cumprida.

Confesso que depois de escrever todo esse texto, eu tive alguns flashbacks e saudade de muita coisa. Saudade de estar com pessoas incríveis que eu sempre considerei como parte da minha família; saudade de lidar com problemas, porque eu sabia que aquilo iria contribuir para a minha formação. Saudade de chorar. Saudade de celebrar. A EEFUSP foi uma grande virada na minha vida. E, eu considero um privilégio e uma atividade “obrigatória” fazer parte de uma empresa júnior. Independentemente da área de atuação que um colaborador deseja atuar, a empresa júnior é um ambiente que forma pessoas, forma profissionais e torna as pessoas muito mais preparadas para ingressarem no mercado de trabalho. Eu recomendo muito, pois acima de tudo, a EEFUSP Júnior é uma família que me acolheu e me deu a oportunidade de aprender em um ambiente descontraído e feliz.

Luiz Fernando Fernandes Fortes        

Assessor de Jurídico-Financeiro em 2018                                               

Diretor de Jurídico-Financeiro em 2019

Diretor Presidente em 2020

Conselheiro Consultivo em 2021 e, eternamente grato por tudo que essa empresa proporcionou para mim. Vou levar comigo para a vida.